Deslocados de seu ambiente natural, alguns animais e plantas podem tornar-se perigosos para outro ecossistema. Neste processo, denominado contaminação biológica, essas espécies se naturalizam e passam a alterar o funcionamento de um ecossistema nativo. Os invasores passam a competir com as espécies nativas levando a superpopulações, com prejuízos ao ambiente e às atividades econômicas. É considerada uma das causas que mais ameaçam a biodiversidade perdendo apenas para a destruição de hábitat. Essas espécies encontram-se fora de sua área natural por fatores de dispersão e na maioria das vezes acidental ou intencional. Sendo o homem o mediador dessa invasão, cabe ao mesmo reverter esse processo.
Em muitos casos, a espécie exótica invasora não apresenta consigo seus parasitas naturais, bem como seus predadores, fatores que os tornam adaptáveis no novo ambiente passando a competir com espécies nativas. Esse fato se justifica quando observamos uma lebre-européia (Lepus europeans) competindo com a nossa lebre nativa, a tapeti (Sylvilagus brasiliensis). A lebre-européia é maior, mais robusta, mais veloz além de já ter sido flagrada acuando uma lebre-tapeti. Essas vantagens impostas ao seu concorrente nativo também reflete na dificuldade desse invasor ser predado, já que possui características suficientes de escapar de um gato-do-mato (Leopardus tigrinus) por exemplo.
O pardal (Passer domestiscus), por sua vez, é um exemplo clássico de espécie exótica, principalmente em nossas cidades. Originário do continente europeu, foi trazido por Oswaldo Cruz no começo do século XX para conter as doenças que infestavam o Rio de Janeiro na época. O resultado foi que a ave se espalhou por todo canto do país. É uma ave onívora (que come de tudo) e que possui grande capacidade de ocupar espaço.
A rã-touro-americana (Lithobates catesbeianus) ganha destaque no nosso município por ter ocupado grande parte de nossas várzeas. Essa rã foi se disseminando pelo município devido ao abandono de ranários e ainda hoje vem sendo beneficiada por proprietários de sítios e fazendas que as tentam manejar, no entanto, de forma insustentável. A rã-touro é nociva para o ecossistema, espécie carnívora, consome tudo o que vê pela frente, desde insetos, pequenos mamíferos, pássaros, serpentes, peixes e outros anfíbios como a rã-pimenta (Leptodactylus labyrinthicus), pois já não se ouve falar da ocorrência dessa rã no município. É bem verdade, Pedralva carece de assistência técnica para instruir essas pessoas desinformadas para orientá-las no processo de manejo sustentável.
No Brasil, apesar da disseminação dessas espécies estar enquadrada na Lei de Crimes Ambientais, Lei Nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998, Capítulo V, Art. 31, falta uma visão mais ampla do problema e mais atuação dos órgãos de fiscalização. Como é difícil erradicar uma espécie invasora já instalada deve-se impedir a entrada de novos organismos e mitigar os impactos.
Eis algumas espécies exóticas da nossa região: Pardal (Passer domesticus), pomba-doméstica (Columba livia), rã-touro (Lithobates catesbeianus), lebre-européia (Lepus europeans), camundongo (Mus musculus), ratazana (Rattus norvegicus) e o rato-comum (Rattus rattus).
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